O projeto – Narrativas da infância – o que contam as crianças sobre a escola e os professores sobre a infância? – apresenta-se como um desdobramento do projeto de pesquisa “Narrativas infantis. O que contam as crianças sobre as escolas da infância?” (Edital de Ciências Humanas – 07/2011-2, Processo Nº 401519/2011-2), articulando-se ao projeto internacional “Raconter l´école en cours de scolarisation”.
Tratou-se, nesse desdobramento, de ampliar e aprofundar as indagações do projeto anterior, diversificando os protagonistas, incluindo agora, além das crianças, seus professores, e diversificados cenários investigados: escolas de excelência e da periferia; classes hospitalares, comunidades indígena e quilombola, com base em referências teóricas da pesquisa (auto)biográfica com crianças e da psicologia narrativa.
O objetivo da pesquisa é investigar as significações construídas, narrativamente, por crianças de 04 a 12 anos de idade ao falarem sobre suas experiências em escolas (pré-escolas) regulares e em classes hospitalares, e por professores que as acompanham, ao refletirem sobre a infância, a deles e a das crianças com as quais convivem em instituições situadas no Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, e no exterior (Colômbia. França, Polônia) com vistas a contribuir para a compreensão da criança como sujeito de direitos e trazer insumos para a pesquisa com crianças; as políticas públicas; a formação docente e práticas educacionais voltadas para a criança em idade escolar.
A equipe é formada por pesquisadores (pós-graduandos e graduandos) de seis instituições brasileiras (UFRN, UFRGS, UFF, UNIFESP, UNICID, UFRR) em articulação com pesquisadores de quatro países (França, Polônia e Colômbia) que sob óticas complementares (Educação, Psicologia, Linguística, Filosofia) debruçam-se sobre a percepção de jovens atores sociais e a de quem os acompanha em escolas e hospitais. Ao possibilitar que crianças e professores narrem as experiências vividas em pré-escolas, escolas, classes hospitalares, enraizadas no entrecruzamento de diversidades culturais, tem-se como meta primordial dar maior visibilidade aos seus modos de perceber a infância, e as transições existentes no processo de escolarização.
Admite-se que o impacto social e científico dos resultados esperados contribuem com conhecimentos ainda mais elaborados, suscetíveis de fazer avançar inovações científicas e tecnologias educacionais, em resposta às demandas sociais da educação na modernidade tardia. Disponibilizamos nesta publicação os dados e resultados da pesquisa sob a forma de coletâneas, livros e artigos que permitam fortalecer a formação graduada e pós-graduada, e os diálogos entre pesquisadores em rede nacional e internacional, sobre a criança e as instituições que acolhem a infância.